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Peça 'O Vazio na Mala' explora trauma geracional e memória da guerra

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O teatro e seus fazedores, por Andre Marcondes

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Cena da montagem de 'O Vazio na Mala', que faz nova temporada em São Paulo - João Caldas Filho / Divulgação

O título da peça já é uma síntese poética de seu tema. A "mala" é um objeto concreto, associado a viagens, partidas e chegadas. No contexto da peça, ela se torna o recipiente simbólico do "vazio" deixado pela perda de um ente querido. O que se carrega após uma tragédia tão avassaladora? Não são mais lembranças felizes e concretas, mas sim o peso insuportável da ausência. "O Vazio na Mala" se propõe a abrir esse dispositivo metaforicamente, expondo sentimentos: a dor, a raiva, a incompreensão, os "e se...?" persistentes.

A obra, assim, argumenta que o trauma da guerra "não passou, continua lá dentro das pessoas", infiltrando-se nas relações familiares. A busca por desvendar o conteúdo, ou a ausência dele, é o motor que conduz ao confronto entre Esther (Noemi Marinho) e Samuel (Marcelo Várzea), revelando também sombras sobre a vida do pai, Franz (Fábio Herford), cuja presença espectral intensifica o drama.

A dramaturgia de Nanna de Castro, reconhecida com prêmios importantes, é eficaz ao equilibrar a saga histórica da sobrevivência com o drama contemporâneo do reencontro. A direção de

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