Pontos de Cultura: quase 10 mil histórias que precisam ser contadas
Pontos e Pontões de Cultura são mais de 9.500 histórias que o Brasil ainda não conhece em toda a sua potência. Estão presentes em todos os estados, transformam vidas e territórios, e já foram reconhecidos como uma das maiores revoluções nas políticas culturais do mundo. Ainda assim, não são amplamente conhecidos: muitas vezes permanecem restritos às comunidades onde atuam, sem que sua força e alcance sejam percebidos pelo conjunto da sociedade. Essa falta de visibilidade revela uma lacuna na comunicação e na memória coletiva, porque se trata de uma experiência única, de base comunitária, que preserva tradições, fortalece identidades e projeta o Brasil como referência internacional em políticas culturais.
Quando Gilberto Gil esteve à frente do Ministério da Cultura, em 2004, a política foi criada e implementada. Foi ele quem criou o conceito “do in antropológico”, uma massagem no corpo social brasileiro capaz de ativar energias adormecidas e revitalizar a vida cultural onde ela pulsa de forma mais autêntica. Essa imagem traduz bem o espírito da política: reconhecer e apoiar aquilo que já existia nos territórios, dando condições para que se fortalecesse e se multiplicasse. É essa energia que os Pontos de Cultura mobilizam até hoje, que preserva memórias, dá continuidade às tradições e abre caminhos para a invenção do futuro.
Passadas duas décadas, a necessidade de despertar, manter e ativar essa memória é ainda mais urgente. Os tempos mudaram, e com eles mudaram também os meios de comunicação. Hoje, a circulação das narrativas precisa dialogar com as linguagens digitais, com a hiperconectividade em rede e com uma nova forma de viver e compartilhar informações. É........
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