O centro político não existe, é uma lenda, como Papai Noel
Uma das grandes lendas do nosso tempo é a existência de um suposto centro como posição política. É palavra elevada ao patamar de conceito e utilizado à larga por analistas políticos, jornalistas e até mesmo acadêmicos. O que seria esse centro?
Seria uma diretriz equidistante da direita e da esquerda, um ponto médio, pautado pelo senso comum, pelo equilíbrio e que reuniria o melhor das demais posições? Se adotarmos a definição de Norberto Bobbio, de que a esquerda se caracterizaria pela busca da igualdade, podemos aduzir que a direita se pauta pelo oposto, pela desigualdade.
A FORÇA DA DESIGUALDADE
Não é força de expressão. Pelas palavras de formuladores das diversas facções da direita,
a desigualdade move a competição entre seres humanos em busca da excelência, do sucesso e da geração de riqueza, enfim. Num plano político mais amplo, podemos afirmar que a esquerda se pauta pelo coletivo e a direita pelo indivíduo. De um lado está um sistema cooperativo e de outro um universo individualista, como pregava Adam Smith: "Todo indivíduo está continuamente esforçando-se para achar o emprego mais vantajoso para o capital que possa comandar. É sua própria vantagem, de fato, e não a da sociedade, que ele tem em vista. Mas o estudo de sua própria vantagem, naturalmente, ou melhor, necessariamente, leva-o a preferir aquele emprego que é mais vantajoso para a sociedade". Não se tratam de direitos individuais, mas da métrica básica da livre........
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