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2026: sonhar com um mundo multicultural

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Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

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O ano a terminar. O reinício. Essa importante ilusão, quando a Terra completa seu giro ao redor do Sol, dá-nos a sensação de tudo voltar a ser possível. O primeiro dia é sempre o primeiro dia. Um dia ao novo, ao futuro, aos sonhos. Festejamos, após um momento de fé (entre religiosos ou reunidos com amigos e familiares), quando a esperança parece, enfim, manifestar-se em alguém. Se divino ou humano, pouco importa. O início do amanhã surge com o preâmbulo da promessa e se realiza, verdadeiramente, com os abraços distribuídos no chegar da meia-noite inaugural.

Logo, sabemos, a vida retorna à sua condição mais prosaica. Nada desaparece, e essa permanência insistente do passado desafia nossos desejos futuros. Esses, sim, um após outro, aos poucos, somem abandonados por uma rotina massacrante, uma realidade que desespera. Não vivemos tempos para sonhos, parecem nos alertar os noticiários. Resilientes por falta de opção, seguimos para os dias dois, três, quatro, a primeira semana, aos primeiros meses, até, de repente, vislumbrarmos assustados o próximo novo início estar logo ali. O ano acaba, para muitos, sem ter acontecido. Apenas se esvai. Ficam as boas e as más lembranças. E novamente a fé, o crer, os alguéns, a expectativa, mais um novo primeiro dia, a esperança persistente…

Levamos um tempo para perceber essa narrativa ser construída. Quando crianças, todo dia é um novo dia; quando jovens, qualquer dia parece ser o último. Adultos, o tempo estaciona no dilema de uma velocidade que nos engole e de os dias serem apenas mais um qualquer, sem dar tempo........

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