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Mais ingénuos do que os suecos

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thursday

Não se espera que os governantes sejam ingénuos e é grave que isso aconteça em políticas estruturantes. Aliás, qualquer análise sobre a distinta arte de fazer política exclui a ingenuidade e eleva a idoneidade, a astúcia, a cultura política, as ideias claras e sólidas, e a capacidade de governar em favor do bem comum e da inclusão; e considera essencial uma boa dose de realismo nas considerações sobre a natureza humana.

Foi, portanto, com pasmo que se leu a muito boa entrevista do PÚBLICO ao advogado sueco Johan Pehrson, que foi ministro da Educação até Junho de 2025. Pehrson liderou o partido Liberais e considera-se um capitalista ingénuo, uma vez que só agora, e muito tardiamente, retira a educação da equação neoliberal. O título da entrevista é concludente: “Fomos ingénuos": a Suécia, pioneira na digitalização da educação, está "a voltar ao papel e à caneta”.

Mas a entrevista a Pehrson retrata duas ingenuidades que, como veremos, assolam Portugal: o digital e a entrega da educação aos municípios e à gestão privada. Comecemos pela primeira, recordando que ambas são responsáveis pela queda das aprendizagens dos alunos suecos.

De facto, há mais de uma década que se percebia a adicção tecnológica de crianças e de........

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