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O medo que trabalha em silêncio

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tuesday

Vivemos numa época em que as grandes violações dos direitos laborais mobilizam campanhas mediáticas, enquanto os pequenos abusos, frequentes, mas discretos, permanecem quase invisíveis. Estes abusos são subtis, mas constantes, corroendo lentamente a confiança e a autoestima dos trabalhadores, até contaminarem a cultura de muitas organizações. Ignorar ou minimizar estes problemas não os resolve; pelo contrário, contribui para a sua normalização. O seu impacto mais profundo é o medo que geram: medo de represálias, medo de perder o rendimento, medo de ser visto como "problemático". Por isso, raramente chegam aos tribunais ou às páginas dos jornais.

Estes pequenos abusos começam, muitas vezes, pelos horários. O pedido de “só mais uma hora” rapidamente se transforma numa expectativa diária; aquela meta “ambiciosa” passa a ser condição de permanência no posto de trabalho. O trabalhador que ousa questionar a razoabilidade da carga horária recebe, em troca, um silêncio gelado e a promoção eternamente adiada com o velho mantra de........

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