UE: soluções económicas para problemas políticos?
A Ucrânia não perdeu. A Rússia não venceu. E a Europa, por muito que alguns o desejem, ainda não se tornou irrelevante. Contudo, o continente encontra-se perante um momento que exigirá mais do que reuniões do Conselho Europeu ou da chamada Coligação das Vontades. O futuro da Europa não pode depender apenas da boa vontade. Alguma cimeira terá mesmo de ser a cimeira na qual se tomem decisões transcendentais.
Com o financiamento americano a definhar sob a presidência de Donald Trump e as divisões internas a alastrar – começando pelo triunvirato formado pela Hungria, a Eslováquia e a Chéquia – o esforço de guerra ucraniano torna-se insustentável. Manter Kiev a lutar custará mais de cem mil milhões de dólares por ano, o equivalente a cerca de metade do PIB do país. Com o desaparecimento de uma das suas principais fontes de apoio – os Estados Unidos – resta a Europa. Ou melhor, a União Europeia e o Reino Unido.
O dilema é simultaneamente moral, económico e estratégico. Moscovo não recua, mas sangra. As sanções impostas por Washington à Lukoil e à Rosneft são disso prova, esperando-se que a Índia e China reduzam importações de petróleo russo. O Kremlin resiste através de um keynesianismo militar: crescimento anémico, inflação de 8%, taxas de juro acima dos 16% e uma sociedade anestesiada pela autocracia e pela guerra. Sustentar a Ucrânia, enquanto Vladimir Putin não ceda um milímetro nas suas exigências, é muito mais do que belicismo – forçaria a Rússia a lidar com um esforço de guerra demasiado caro de manter.
Ainda assim, há quem defenda que a Europa deve forçar Kiev a capitular – a entregar o Donbass, para o seu “bem”, claro. Há também quem inverta o ónus da responsabilidade, afirmando que foi a Europa que recusou negociar e insiste em sacrificar a........





















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