Não tenho dúvidas que a maioria dos portugueses sabe o que é um acidente vascular cerebral (AVC) e conhece o seu impacto, que pode ser — e é, em muitos casos, — devastador. No entanto, conhecer não é o mesmo que compreender e é precisamente nesta diferença que reside a chave da prevenção. Quantos sabem, por exemplo, que quase um em cada quatro AVC acontece em alguém que já teve de enfrentar um destes episódios? Ou que medidas concretas podem ser tomadas para evitar fazer parte das estatísticas europeias: 1,1 milhões de AVC e 460 mil mortes por ano? Esta compreensão adquire-se através da literacia em saúde, que há muito deixou de ser uma opção para se tornar, quando se trata do AVC, a primeira e mais poderosa ferramenta de prevenção ao nosso alcance.

Há outros números que devemos salientar, como o facto de quase 10 milhões de pessoas viverem com os impactos a longo prazo do AVC, ou que o tratamento deste problema custou, segundo as contas de 2017, 60 mil milhões de euros aos países da União Europeia, valor que, de acordo com as estimativas feitas, poderá atingir os 86 mil milhões de euros até 2040, se o investimento na prevenção e no tratamento continuar a ser insuficiente. Mas........

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