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Luxo à superfície, sustentabilidade nas profundeza

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30.04.2025

Polémicos por natureza, glamorosos por definição e desconfortáveis de encaixar em discursos simplistas, os cruzeiros continuam a navegar entre o fascínio e a crítica. Há quem os idolatre como autênticos resorts flutuantes, sinónimo de liberdade, hedonismo e horizontes por explorar. E há quem os acuse de serem aberrações ecológicas, arrastando toneladas de aço, diesel e carbono por mares outrora tranquilos. No meio deste embate de perceções, está uma realidade mais densa e complexa, e muito mais interessante.

A verdade é que a indústria dos cruzeiros está longe de ser estática. Em 2023, registou mais de 31,7 milhões de passageiros. Em 2024 estima-se que tenham viajado cerca de 35,7 milhões, e se a tendência se mantiver, 2025 poderá ultrapassar os 38 milhões de viajantes. É um crescimento consistente, silencioso, mas com impacto real, tanto na economia como no ambiente. E em Portugal, esse impacto é tudo menos marginal.

Vejamos, em 2023, a atividade de cruzeiros representou 0,3% do PIB nacional e 2,16% do PIB do turismo. Mais do que números, são quase 2 mil milhões de euros gerados, 317 milhões em receitas fiscais e mais de 20 mil postos de trabalho criados direta e indiretamente. A cada navio que atracou na capital, o país arrecadou, em média, 2,29 milhões de euros em riqueza, 59 empregos e 910 mil euros para os cofres do Estado. E na minha opinião, isto não pode ser........

© Observador