Sexualidade informativa ou opinativa?
As crianças desconhecem as normas sociais e agem movidas por impulsos. Educar é a arte de moderar esses impulsos. Ninguém é neutro. Aceitamos que ao Estado cabe a responsabilidade de orientar os cidadãos dentro de um quadro normativo que regula as relações humanas. Estas relações têm camadas de profundidade, sendo a família o centro nuclear. Os pais devem respeitar a alteridade dos filhos, que, embora nascidos sob a sua responsabilidade, não lhes pertencem. Os filhos não são extensões da vontade dos pais, mas indivíduos em formação, com direito a construir a sua própria história.
No que toca à sexualidade, é no seio familiar que surgem os primeiros confrontos entre gerações. Diz-se que a educação para a sexualidade oferece ferramentas que permitem escolhas conscientes e informadas, mas a complexidade dos critérios que conduzem a essas escolhas não se determina por mero cálculo aritmético. Por mais bem-intencionado que seja, o Estado não possui a pedra filosofal que lhe permita saber quais são as escolhas sexuais desejáveis. No limite, informa sobre as escolhas indesejáveis, aquelas que comprometem a integridade e o consentimento. Há........
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