Transparência e integridade: mais do que boas intenções
Nas últimas semanas, a discussão pública sobre o combate à fraude ganhou um novo fôlego. Recentemente foi anunciada a intenção de criar uma unidade antifraude no Ministério da Saúde. Tal voltou a trazer para a agenda um tema que, apesar de recorrente, continua a ser estruturalmente sensível: como se criam mecanismos eficazes de transparência e integridade nas organizações públicas?
A criação de Unidades de Transparência, Integridade e Antifraude nas organizações públicas pode ser um passo transformador. Mas só se houver um compromisso real com a sua estruturação e funcionamento. Criar um departamento é simples; fazer com que funcione exige uma reflexão mais profunda e uma execução rigorosa – uma inserção em organograma e uma nomeação não chega.
Comecemos pelos dados: a edição de 2024 do Corruption & Fraud Survey, da Deloitte, mostra que o risco está presente. Cerca de 42% dos inquiridos afirmam que a sua organização experienciou algum tipo de fraude no último ano (um aumento de 19 pontos percentuais face ao ano anterior). E, a grande maioria (96%), acredita que a cultura de prevenção de fraude tem ainda espaço para melhoria, apesar da crescente atenção mediática do tema. Esta........
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