Ricos em casas, pobres em liquidez: paradoxo de uma geração
Durante décadas, em Portugal ter casa própria foi sinónimo de estabilidade financeira. A geração que hoje tem entre 60 e 80 anos conseguiu, com esforço, concretizar esse objetivo. Compraram, pagaram, mantiveram. Hoje, essas casas são o ativo mais valioso — por vezes único — de muitas famílias.
Entre 2008 e 2023, o preço médio da habitação duplicou. Em Lisboa, mais do que duplicou. Uma valorização que criou um paradoxo: milhares de pessoas habitam em casas que valem meio milhão — mas vivem com pensões de 600 euros. Têm património, mas falta-lhes liquidez.
A casa é, simultaneamente, abrigo,........
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