Educação Sexual: refém entre o fogo cruzado de ideologias.
A Educação Sexual devia ser um dos pilares mais consensuais da formação integral dos jovens. Afinal, trata-se de saúde, prevenção, respeito, liberdade e relações humanas. No entanto, o tema continua a ser tratado com pinças, com uma prudência hipócrita ou, pior ainda, refém de trincheiras num campo de batalha ideológico, que mais excluem do que integram. Em vez de responder à diversidade real das experiências humanas, alimentam-se silêncios, medos e preconceitos.
De um lado, uma certa Esquerda que faz da Educação Sexual uma bandeira identitária, muitas vezes reduzindo-a à ótica do género e da diversidade. Do outro, uma Direita que a ignora ou a trata como uma ameaça à família tradicional, invocando argumentos morais alheios à realidade.
Se perguntarmos a qualquer responsável educativo ou político se a Educação Sexual é importante, a resposta consciente seria invariavelmente sim. Mas quando se olha para a prática nas escolas, encontra-se um deserto. Não adianta fingir que está tudo resolvido só porque a legislação existe. A legislação existe, mas a aplicação é débil, irregular e dependente da boa vontade de um ou outro professor.
Em vez de um currículo estruturado, transversal e contínuo, temos sessões pontuais, projetos avulsos e discursos enviesados. E, mais recentemente, surge algo ainda mais preocupante: começa-se a pôr em........
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