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Senadores de plástico e um PS de papel

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25.05.2025

Há mil e quinhentos anos, nos últimos dias do Império Romano, o Senado ainda se reunia, ainda fazia leis, discursos e cerimónias – mas já não mandava em nada. O império era gerido por eunucos e imperadores de província, enquanto em Roma se discutia o protocolo, o figurino e o número de sílabas permitido nos elogios a César. Chamava-se a isso simulacrum rei publicae – o simulacro da república. Tudo se mantinha de pé, mas vazio por dentro.

Soa familiar?

O Partido Socialista, como o Senado decadente, parece ter-se convencido de que o poder é um fim em si mesmo. Que basta estar no governo, segurar o aparelho, domesticar os quadros intermédios e garantir convites para os jantares em Marvila – e pronto, país resolvido. Mas Portugal não é uma distrital.

Nos corredores do PS, a gestão da máquina substituiu a ambição reformista. A lealdade funcional passou à frente da inteligência crítica. O partido transformou-se num aparelho tecnocrático na forma, mas politicamente vazio. Gente que confunde visibilidade com relevância e que acredita, perigosamente, que ocupar um cargo é o mesmo que cumprir uma missão.

Nos últimos anos, o PS trocou o país pelos apparatchiks. Substituiu o........

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