Europa: A Última Oportunidade
A pergunta que se impõe é de uma brutal simplicidade: a UE quer ser apenas consumidora da revolução tecnológica alheia, ou vai finalmente reivindicar um papel de liderança?
O discurso de Mario Draghi (18 Fev) no Parlamento Europeu não foi apenas uma constatação da decadência competitiva da Europa. Foi um grito de alerta. Um daqueles momentos raros em que o realismo brutal se alia a um apelo inequívoco à ação. A premissa de Draghi é clara: o tempo está contra nós. A cada dia que passa, a fronteira tecnológica afasta-se. No setor da IA, por exemplo, a Europa praticamente não existe: 8 dos 10 maiores LLM’s foram desenvolvidos nos Estados Unidos, os outros dois na China. E o problema não é só a inovação, é o que está em jogo com esta dependência tecnológica: soberania, segurança e relevância geopolítica.
Draghi apontou o que muitos já sabem, mas poucos têm coragem de admitir: a Europa não é um espaço competitivo para inovação. A fatura energética continua insustentável, os preços da eletricidade são duas a três vezes superiores aos dos EUA. Os custos de cumprimento regulatório sufocam a criação de novas empresas, e a fragmentação do mercado interno transforma a União........
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