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Aristocracia em crise

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09.07.2025

“Liberty not only means that the individual has both the opportunity and the burden of choice; it also means that he must bear the consequences of his actions. Liberty and responsibility are inseparable.”

Friedrich A. Hayek, The Constitution of Liberty (1960).

Durante dois séculos, os diversos socialismos que moldaram o pensamento e a prática política, nas suas múltiplas variantes, procuraram construir sociedades mais justas a partir de uma matriz comum: forçar a igualdade. Para isso, ergueram-se Estados interventivos, moralmente legitimados a restringir liberdades, redistribuir patrimónios, moldar mercados e reeducar consciências. Os objetivos a atingir são supostamente nobres – corrigir desigualdades estruturais, promover coesão social – mas o caminho trilhado tem-se revelado historicamente trágico. A crua realidade é que temos sacrificado em demasia a liberdade individual em nome de uma justiça que permanece injusta, em prol de uma sociedade que permanece desigual. A verdade é que à medida que limitamos o espaço individual o que estamos a fazer é a promoção de uma cultura de desresponsabilização, onde muitos (incluindo alguns supostamente “liberais”) passaram a esperar que seja o espaço público ou o “coletivo” a resolver todos os problemas, de saúde, educação, previdência, segurança, e até os dilemas éticos, como se a consciência moral pudesse ser terceirizada por decreto e entregue aos outros. E isso tem consequências.

Hoje, a utopia igualitária, de tanto falhar, está a ser questionada. Apesar das décadas de engenharia social, da criação de direitos, benefícios e subsídios, a desigualdade persiste, a mobilidade........

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