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Direitos televisivos: o jogo que vale milhões  

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Quando se fala de futebol português, a conversa vai quase sempre parar ao que acontece dentro das quatro linhas. Mas há um jogo silencioso, longe do relvado, que vale milhões: a venda dos direitos televisivos.

O debate sobre quem deve negociar e como devem ser distribuídos os direitos televisivos do futebol profissional tem implicações diretas na sustentabilidade económica dos clubes, na qualidade do espetáculo e na competitividade da nossa liga. Defender que a exploração destes direitos seja feita de forma centralizada — através da própria competição, com regras claras de leilão, distribuição e fiscalização — não é aposta numa ideia abstrata, é escolha pragmática com provas em outras praças europeias e com reflexos tangíveis nos números do nosso futebol.

Em primeiro lugar, a venda conjunta transforma um produto fragmentado num produto global. Antes das reformas em Espanha, por exemplo, os grandes clubes negociavam individualmente e concentravam a maior parte do valor — com consequências óbvias para a desigualdade competitiva. A mudança para a comercialização centralizada depois de 2015 permitiu captar maior valor agregado e aplicar critérios de distribuição pensados para equilíbrio competitivo e solidariedade interna.

O modelo inglês é talvez o exemplo mais ilustrativo do resultado financeiro da venda coletiva: ao comercializar a totalidade dos direitos em conjunto e combinar fórmulas de repartição (parte igualitária; parte por exibições televisivas; parte por mérito desportivo), a competição elevou drasticamente as receitas médias........

© Observador