Túneis, flotilhas, e a “mentalidade revolucionária”
1 As ideologias apresentam-nos uma determinada “visão de mundo”, prescrevendo fórmulas, receitas e estratégias de acção, propondo às pessoas formas de conceber e explicar o mundo (e o próprio Homem). São, por isso, como não podia deixar de ser, formulações incompletas e parciais da realidade; são por isso, recortes e faixas dessa mesma realidade. Em momentos de grande confusão e tensão social, política, económica, moral como aquela que atravessamos actualmente, a dimensão ideológica tende, em todas as áreas da vida social, a manifestar-se, frequentemente a radicalizar-se e a exacerbar-se, sendo campo fértil para dela emergir a sua versão revolucionária, como solução para os problemas do mundo; aquela, cujo projeto passa por desconstruir os pilares estruturantes inerentes à visão de mundo ocidental, rumo à velha utopia do “paraíso na terra”. Não nos referimos, apenas, aos revolucionários ex professo (e estes, mais ou menos no activo, “andem aí”), àqueles com o cartão de pontos, marca “Revolução”, àqueles com verdadeiro conhecimento de causa; àqueles com bilhete (apenas) de ida rumo ao velho e prometido “paraíso na terra”. Esses, serão uma pequena e perversa minoria. Referimo-nos também a todos aqueles, mais ou menos alheios à actividade política, geralmente generosos e de boa e inocente fé, mas em cujo teatro da mente já se instalou, contudo, o adocicado e caótico jogo do bem e do mal, do certo e do errado, da verdade e da mentira.
2 Os pressupostos filosóficos da mente revolucionária
O revolucionário insiste em ignorar que a injustiça e o mal são fatores inerentes à condição humana, que podem (e devem) ser combatidos e minimizados, mas não podem nunca ser eliminados. O revolucionário considera os erros e injustiças temporárias criadas por grupos sociais (burgueses, capitalistas, judeus, cristãos, etc.) os quais, através do exercício do poder, espalham o mal e o pecado no seio da vida social. Para a mente revolucionária, a prioridade é “transformar o mundo” e favorecer as gerações futuras, relativizando a importância das gerações do presente. Os destinatários do bem estão ausentes no futuro; não vão portanto poder julgá-lo.
A espécie humana em geral sabe, no fundo, que vive num mundo determinado pela verdade; existe uma espécie de memória de espécie que nos faz compreender essa verdade (verdade da sua história passada, verdade da fragilidade da sua condição humana, da sua condição de ser mortal, das suas limitações; verdade da necessidade de criar vínculos, de ter família, de criar beleza, da inevitabilidade do sofrimento, isto é, que nos faz reconhecer a verdade de uma “ordem do ser”, a verdade da natureza humana e a realidade das coisas. A mente revolucionária recusa-se terminantemente a aceitar isto, achando que a natureza humana pode ser alterada, manipulada, substituída. A verdade, para ele, é uma prisão intolerável.
3 Os pressupostos ideológicos da mente revolucionária
Uma certa dimensão profética caracteriza a mente revolucionária. O revolucionário imagina-se portador de um........





















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