Pela pena se vive, pela pena se revela
Há figuras que não se impõem pelo rasto clínico que deixam nem pelas marcas institucionais que constroem, mas antes pelo traço da escrita… e pela névoa de palavras que as envolve. Recentemente, num jantar de apoio a um dos candidatos à presidência da Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos, alguém afirmou, com franqueza algo desconcertante: não conhecer o candidato. Um desconhecimento curioso, vindo de quem partilha o mesmo espaço no maior hospital do norte do país.
A revelação do nome parece não ter nascido da prática clínica, mas de outra matéria: o verbo. Ganhou atenção pelo que escreveu, e pelo que escreveram sobre ele, quando um alegado esforço de silenciamento foi invocado para justificar o ruído em seu torno. Sem essa auréola de mártir involuntário, talvez não tivesse atraído tantos olhares. Claro está que cada um é livre de formar a sua opinião que é íntima e intransmissível, mas quando essa opinião se afasta de factos concretos e verificáveis, corre o risco de deixar de ser crítica legítima para se tornar mera maledicência. E, nesse caso, não........
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