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Afinal, há planeta B

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04.06.2025

A geração que vai chegar a Marte já nasceu. Não querendo ser milenarista, ou seja, não adiantando uma data precisa, podemos antever com realismo que nos próximos decénios o Homem pisará solo marciano, como outrora fez no lunar. Se este último feito foi um salto gigante para a humanidade, aquele significará um voo destinado unicamente aos deuses. Contudo, se tal façanha se imporá como um marco histórico, talvez apenas comparável com o nascimento de Cristo, quedará curto quando comparado com o que se sucederá nesse futuro imediato. O planeta vermelho está destinado a ser habitat do ser humano.

A 20 de junho de 1982, no seu discurso no final do secundário, Jeff Bezos defendeu que o futuro se encontrava em colónias espaciais em redor da Terra, tornando o nosso planeta uma “enorme reserva natural”. Toda a indústria pesada e poluente ficaria situada nesses reservatórios, onde seriam tratados e trabalhados os materiais necessários à nossa subsistência. À Casa Mãe ficaria destinado a habitação e o lazer. Contudo, o primeiro e o mais ferrenho defensor da exploração e colonização de Marte foi sem dúvida Elon Musk. Desde os tempos da Mars Society até à criação da SpaceX, o seu grande objetivo é a humanidade chegar ao quarto planeta e fixar-se de forma permanente. Ambos os multimilionários concordam com os dados, de resto, consensuais: os recursos da Terra são finitos e, acima de tudo, estão a escassear drasticamente. Apesar dos incríveis avanços na eficiência e criação energéticas, o planeta vai-se desgastando com uma inevitabilidade matemática. Tornar a vida multiplanetária, usando a expressão de Musk, apresenta-se não só como uma grandiosa aventura, grandiosa demais para ser ignorada, mas também e principalmente como uma necessidade. Ninguém discute – obviamente que temos sugado o planeta: mercê de um crescimento exponencial no número de........

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