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"A Nova Peste" - o livro de Manuel Maria Carrilho

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03.07.2025

«O wokismo é hoje um dos problemas mais importantes do Ocidente, que já corre em Portugal, sem atenção nem reflexão dos cidadãos e dos responsáveis políticos».

Com esta frase, Manuel Maria Carrilho expõe o motivo principal que o levou a escrever o seu mais recente livro, A Nova Peste. Trata-se de uma tentativa de análise do fenómeno contemporâneo denominado wokismo, onde são abordadas as suas raízes até às suas mais nefastas consequências, presentes e futuras. É ao mesmo tempo um alerta, um diagnóstico e um prognóstico. Em relação à frase cimeira, e falando de uma pequena experiência pessoal, quando abordei um colega de trabalho sobre o tema da obra, a sua resposta perentória foi algo nestes moldes: «O quê?! Então não há coisas mais importantes para discutir? Os salários, por exemplo!». Ora, uma das teses do livro é, como já é dado perceber, a relativa ou mesmo completa ausência de atenção acerca das consequências do wokismo, baseado num desconhecimento, muitas vezes voluntário, das suas características e implicações na existência de todos nós. Acredito que a favor ou contra, isto é, woke ou não-woke ou anti-woke, todos teremos no mínimo uma intuição sobre a questão e, por princípio, aqueles que não se sentem melindrados ou ameaçados pela recente tendência que grassa no espaço e civilização ocidentais – o caso do meu colega – é porque se sentem confortáveis com as reivindicações dos seus proponentes. Carrilho acusa a esquerda, ou parte da esquerda, de se ter rendido e vendido a esse programa radical e maximalista, totalitário e repressivo, abandonando as suas causas tradicionais e o seu lugar natural na sociedade, nomeadamente, junto da classe operária. No posfácio à obra, relaciona a vitória de Trump com o recrudescimento no aparelho partidário dos democratas dessa perspetiva castradora, parcial, intolerante, acientífica e deformada da realidade história, social e política.

Através de uma abordagem popperiana,........

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