Governar para quem?
A democracia é um sistema político no qual pessoas de diferentes sensibilidades, visões de vida e até crenças lutam por chegar ao poder. De quatro em quatro anos, ou mais cedo, partidos de diferentes áreas lutam por ter a oportunidade de aplicar aquilo em que acreditam ser o melhor para todos.
Ter a possibilidade de resolver problemas, tentando não criar outros tantos, e assim concorrer para o bem legítimo de toda a comunidade é talvez um dos aspetos mais nobres do serviço público daqueles que se dedicam à governação.
Uma das perguntas mais importantes a fazer a cada um dos partidos que se lançam a eleições é: para que querem afinal governar? Para fazer o quê? Para contribuir com quê?
Considero ser cada vez mais crítico para Portugal uma profunda e estrutural reforma do país, para que este se torne mais sustentável e solidário. Vi, assim, com agrado a criação de um Ministério da Reforma do Estado, com peso político, pois em teoria, deverá traduzir a vontade de ir a fundo numa reestruturação desta máquina que há muito pesa aos portugueses.
Tenhamos em conta, no entanto, que muitos bloqueios terão de ser ultrapassados. A resistência à mudança vai, naturalmente, aparecer nas mais variadas formas e contar com isso é não só uma forma inteligente de abordar o tema, mas imprescindível para encontrar a melhor estratégia de “navegar esta onda”.
Essa estratégia deve significar estabelecer medidas e pensar o país, não para calar reivindicações mediáticas e ruídos sem substância, mas para permitir que o........
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