Uma grande alegria: temos Papa!
No passado dia 8 de Maio de 2025 ocorreu a feliz eleição do Papa Leão XIV, a quem já professo a devoção fielmente assegurada a todos os seus antecessores na cátedra de Pedro, nomeadamente os Papas Paulo VI, João Paulo I e II, Bento XVI e Francisco.
Costuma-se dizer que quem entra ‘Papa’ no conclave dele sai cardeal, e assim aconteceu mais uma vez, pois não era provável que o Cardeal Robert Francis Prevost, norte-americano e peruano, religioso e missionário, sucedesse ao Papa argentino, mas foi o que, graças a Deus, aconteceu.
Mas, quem escolhe o Papa: Deus ou os homens? Decerto, a eleição de cada Bispo de Roma é realizada pelos cardeais, mas inspirados pelo Espírito Santo. Esta acção divina não permite atribuir a Deus essa escolha, porque os cardeais podem seguir, ou não, essa moção, o que explica os maus sucessores de Pedro, que foram a excepção à regra da santidade dos romanos pontífices. A isto se referia o então Cardeal Ratzinger, numa entrevista a uma televisão alemã, em 1997: “Não diria (…) que é o Espírito Santo quem o escolhe. Eu diria que o Espírito Santo não se encarrega exactamente da questão, mas sim, como bom educador que é, deixa-nos muito espaço, muita liberdade, sem nos abandonar totalmente. O papel do Espírito, no Conclave, deve ser entendido num sentido muito mais elástico; Ele não diz qual é o candidato em que se deve votar. Provavelmente, a única segurança que nos oferece é que a coisa não possa ser uma desgraça completa. Há muitos exemplos de Papas que o Espírito Santo, evidentemente, não teria escolhido.”
Então, se não há certeza absoluta de que o chefe supremo da Igreja é o escolhido por Deus, pode-se desobedecer ao Papa? Em questões doutrinais, claro que não, porque, a partir do momento em que foi validamente eleito, é verdadeiramente o vigário de Cristo na terra e, como tal, deve ser aceite, venerado e obedecido por todos os católicos. Os fiéis têm a certeza de que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16, 18), mas esta sua convicção não implica que tudo o que um romano pontífice determine seja necessariamente bom, excepto quando se expressa dogmaticamente sobre questões de fé ou de moral, em que é infalível. Por isso São Pedro, o único Papa........
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