Os Anjos & Companhia Limitada
Os Anjos são notícia. Infelizmente, não os verdadeiros, mas uma dupla artística que usa essa denominação. No entanto, mais do que esse processo mediático, que talvez interesse outras audiências, nunca é demais referir a existência desses seres espirituais que, por sinal, estão particularmente ligados não apenas à tradição cristã, que molda a nossa identidade cultural, mas também à nossa nacionalidade.
Muitos países escolheram uma efeméride de carácter bélico para assinalar o seu dia nacional. É o caso de França, que celebra anualmente, a 14 de Julho, a tomada da Bastilha. A destruição desse presídio simboliza a Revolução Francesa, que é responsável por milhares, senão mesmo milhões, de vítimas, como se evocou na muito infeliz cerimónia de inauguração dos recentes Jogos Olímpicos de Paris.
Graças a Deus, o dia de Portugal não está associado a nenhum acontecimento violento ou fracturante, mas à egrégia memória de um dos principais vultos da nossa cultura: Luís Vaz de Camões. Tendo em conta o revisionismo histórico de alguns, talvez hoje o autor de Os Lusíadas não fosse escolhido para patrocinar o dia de Portugal, face às conotações imperialistas e colonialistas desta sua obra. No entanto, mantém-se como o principal símbolo nacional e, por isso, festeja-se o dia de Portugal na data em que se supõe que ocorreu o falecimento do poeta, cujos restos mortais, segundo se julga, se conservam no Mosteiro dos Jerónimos, que é também – a par do Mosteiro da Santa Cruz, de Coimbra, do Mosteiro da Batalha e da Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa – um dos mais importantes panteões reais de Portugal.
Se é louvável que o dia de Portugal tenha, sobretudo, uma conotação cultural e universalista, sem........
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