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O legado de Francisco

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04.05.2025

Ainda é cedo para avaliar o pontificado do Papa Francisco, mas já se podem alinhavar algumas considerações a partir de três parábolas evangélicas: a do grande banquete (Mt 22, 1-14), a do administrador sagaz (Lc 16, 1-12) e a do escriba instruído nas coisas de Deus (Mt 13, 52).

Tem sido recorrente a referência ao mote “todos, todos, todos”, para resumir o magistério do último Papa. É uma eficaz expressão da catolicidade, ou universalidade, da Igreja, que deve estar aberta a todos os homens, sem excepção. O Papa Francisco assim o fez, indo, como muitos outros – S. Damião de Molokai, S. Pedro Claver, S. João de Deus, S. Teresa de Calcutá, etc. – ao encontro das periferias, como se prova por tantas instituições católicas que, no mundo inteiro, ajudam os mais desfavorecidos.

Na parábola do grande banquete todos são chamados. O Concílio Vaticano II recordou o evangélico chamamento universal à santidade: “Sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celeste” (Mt 5, 48). Nem todos correspondem a esse apelo de Deus e, por isso, nessa parábola, há um convidado que, por não ter a veste nupcial, é excluído, “porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos” (Mt 22, 14). Esta segunda parte da parábola tem sido silenciada, por má-fé ou ignorância, talvez para não se admitir que a Igreja, que a todos convida para o seu seio, só integra os que dela não se autoexcluem, ou seja, os que, pela sua fé e vida, com ela se identificam.

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