menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

Afonso de Albuquerque para o Panteão, já!

8 2
21.09.2025

Afonso de Albuquerque (1453-1515) passou à História com o cognome de terrível, que é também o título de uma sua recente biografia, de que é autor José Manuel Garcia. Porém, uma tal alcunha não deve levar a esquecer que foi, sem exagero, uma das figuras maiores da nossa História e que, pelos seus feitos, bem merecia receber a honra de ser trasladado para o Panteão Nacional, que ficaria dignificado por uma tão ilustre presença, decerto mais honrosa do que a de outros que, sem méritos análogos, aí jazem indevidamente.

A sua vida, que não cabe no muito limitado espaço de uma crónica, foi narrada, com evidente admiração, pela historiadora francesa Elaine Sanceau (Editora Civilização, Barcelos 1983). Que uma investigadora estrangeira dedique um seu estudo a um vulto da nossa História é prova da sua importância, não apenas nacional, mas mundial. Também por esta justíssima razão, Fernando Pessoa, na Mensagem, não esqueceu Afonso de Albuquerque, precisamente porque a sua bravura moldou, de algum modo, a alma portuguesa. Bom seria que também hoje os alunos das nossas escolas conhecessem a vida deste e de outros heróis pátrios, porque os seus feitos e grandeza, mais do que pretexto para estéreis vaidades nacionalistas ou ridículas supremacias étnicas, deve ser estímulo para a virtude que fez grandes e exemplares aqueles nossos egrégios avós, que tanto contribuíram para a glória de Portugal.

A história de Afonso de Albuquerque começa com um drama que o precedeu e que predeterminou o seu nome familiar. Com efeito, por linha de varonia, era bisneto de Gonçalo Lourenço de Gomide, 1º Senhor de Vila Verde dos Francos, que foi casado com Inês Leitão, sendo pais de João Gonçalves de Gomide, 2º Senhor de Vila Verde dos Francos, Alcaide-mór de Óbidos e Escrivão da Puridade de D. João I, ou seja, uma........

© Observador