Para lá do Bem e do Mal
A propósito do assassinato de Charlie Kirk, muito se tem escrito sobre a crescente “polarização” política, vista como a base da violência por trás do hediondo crime e, portanto, o maior problema que urge resolver nas democracias ocidentais. Nesse sentido, somos todos convidados a recuperar os valores fundamentais, e fundacionais, do diálogo, da tolerância, da pluralidade democrática, visando um desescalar da tensão social. Reparar relações, relativisar desacordos, fazer um esforço para entender o outro, tudo parte de um apelo generalizado, vocalizado por gente séria, minimamente preocupada com a manutenção das liberdades e valores das nossas sociedades, bem como, claro está, demonstrando um módico de sentido moral sobre o que é certo e errado, o que é admissível e o que não é, dentro de uma comunidade política.
Já outros, desde jornalistas inimputáveis de redacções anónimas como o Expresso, ou o Público, até a uma imensa mole nas redes sociais, optaram por tentar minimizar o ocorrido, bem como justificar as razões por trás de tão bárbaro e violento acto, focando-se na vítima. Em parte baseados em publicações virais de excertos descontextualizados, muito também se extrapolou sobre o carácter “divisivo”, “radical”, “explosivo” de Charlie Kirk — a verdadeira causa, claro, do “incidente”, pois que se fosse um moderado conciliador ainda agora estaria vivo. E assim se condenou também o acto, apenas que acrescentando um proverbial “mas” no final da frase de abertura. O crime é mau, é certo, “mas” a vítima, sendo quem era, não tinha deixado de ter contribuído para o destino que lhe estava traçado.
Depois, outros, como por exemplo o boçal Costa Ribas, um pobre de espírito possuído por variadíssimos síndromes de intolerância fanática contra pessoas que revelem em público qualquer vislumbre de apoio a Donald Trump — um caso clínico, aliás, que merece atenção, quer pela saúde e interesse do próprio que, vermelho, inchado com um galináceo, parece capaz de rebentar a qualquer instante, quer para se compreender que obscuros interesses e razões mantêm tão ridículo energúmeno no ar —, logo procuraram inverter o ónus moral da carnificina, não apenas desvalorizando a matança, como também atacando, demonizando e vilipendiando o carácter moral da vítima. O crime, afinal, não pode ser assim tão mau se o morto, sendo mau, vil e torpe, passar a portador de parte da culpa da “ocorrência”.
Em seguida, mais abaixo, outros houve ainda que ironizaram com a situação, ou que a politizaram, como que se as razões para um assassinato fizessem parte da análise e discussão política normal — assim fez, por exemplo, o vendedor de banha da cobra Paixão Martins com um cartoon no X onde perguntava se o apoio de Kirk à intervenção militar de Israel em Gaza tinha valido a pena uma vez que Charlie acabara morto tal qual multidões de pobres crianças palestinianas. Ainda na mesma onda mental, mas menos polido, o lapouço hebetante Jonet, apontou a “ironia” de Kirk ser morto enquanto advogava a defesa da segunda emenda constitucional estado-unidense. Aqui, repare-se, através da alegada “ironia”, o destino de Kirk já era, de alguma forma, merecido em função das suas opiniões políticas — vives pela espada, morres pela espada, eis a fórmula cósmica como o Universo se reequilibra após a passagem terrível pela Terra de alguém tão belicista, violento, odioso quanto Charlie Kirk.
Finalmente, no fundo do poço imundo da degradação........





















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