Porquê Seguro?
A história não me era desconhecida, tinha-a ouvido em 2014. Tomei-a como certa porque confiava no narrador, mas, não sendo pública, mantive sempre alguma reserva sobre ela. Com a publicação do livro de Rui Gomes “António José Seguro – Um de Nós” (Casa das Letras, 2025), o episódio torna-se oficialmente público.
«Tocou o telefone. Mário Soares desejava falar com António José Seguro. Meses antes, esteve na sede nacional, a convite de António José Seguro, para assinalarem mais um aniversário do PS. Soares e Seguro tinham boas relações. Pessoais e políticas, aprofundadas com a passagem dos dois, em simultâneo, no Parlamento Europeu. No passado recente, juntava-se um episódio marcante: após a “zanga” entre Manuel Alegre e Mário Soares, devido à contenda nas presidenciais de 2006, António José Seguro promoveu as “pazes” entre os dois. Agora, Soares manifestava intranquilidade. Tinham-lhe dito que o PS se preparava para assinar um acordo com o PSD. Não podia ser, nem sequer era desejável qualquer negociação. Seguro tinha um entendimento diferente de Soares. Mário Soares enunciou eventuais consequências, caso Seguro divergisse. O líder do PS sentiu que a autonomia da capacidade de decisão, sua e da direcção do PS, estava a ser condicionada, repugnava-lhe a ideia de se transformar num catavento e respondeu Não. Quem decidia era a direcção do partido, recentemente mandatada pelos militantes num congresso e de acordo com a moção de estratégia que foi aprovada. Soares reagiu mal à resposta, a chamada terminou rapidamente e ao final do dia do secretário-geral do PS avisou os mais próximos que antecipava uma “tempestade”.........





















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