‘Para cada acção,’ observou placidamente Maria do Carmo, ‘há uma acção contrária.’ Faz-se e desfaz-se, liga-se e desliga-se, diz-se e desdiz-se. Uma acção contrária implica que se possa voltar atrás nos nossos passos até não ficar nada daquilo que fizemos, como ao passar um filme a partir do fim. Mas as coisas podem não ser tão simples. Desfazer aquilo que se fez não é exactamente como desligar a luz que se ligou; e aliás não exige o mesmo tipo de acção em todos os casos: depende daquilo que se quer desfazer.

Quando ao acabar de fazer uma coisa fica qualquer coisa que não havia antes, como um cachecol de lã ao acabarmos de o tricotar, desfazer essa coisa exige actividades técnicas. Mas nem sempre essas actividades........

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