Mariana Mortágua e o influencer exibicionista
Thiago Ávila é “internacionalista”, “comunicador” e (suspiro) “socioambientalista”. Thiago Ávila é, também, admirador do Hamas (claro), adorador do Hezbollah (obviamente), fã do Irão (como não podia deixar de ser), aficionado de Cuba (evidentemente), entusiasta da Venezuela (nem era preciso dizer) e devoto da China (Deus o ajude, se Marx estiver ocupado). E, mais importante do que tudo isso, Thiago Ávila é o futuro companheiro de viagem de Mariana Mortágua. Neste domingo, a líder do Bloco de Esquerda vai meter-se num barco da autointitulada “Flotilha da Liberdade” que pretende “quebrar o bloqueio” de Israel a Gaza e “fazer chegar mais auxílio à região”. Como acontece com qualquer adolescente antes de um Interrail, Mariana está entusiasmadíssima com os amiguinhos que levará consigo. Tremelicando de antecipação, a bloquista anunciou: “Estaremos bem acompanhados por dezenas de ativistas de várias pontas do mundo, como a Greta Thunberg ou o Thiago Ávila.”
Presume-se que a esmagadora maioria dos leitores desta coluna saiba já tudo o que nunca quis saber sobre Greta Thunberg. Mas presume-se também que não conheça ainda absolutamente nada sobre Thiago Ávila. Peço desculpa por estragar esse estado de sublime ignorância: vocês eram felizes e não sabiam. Este influencer brasileiro anti-capitalista tem mais de 750 mil seguidores nas redes sociais e, nos seus vídeos, aparece sempre com um keffiyeh inseparável nos ombros, com um sorriso inamovível nos lábios e com um neurónio solitário na cabeça.
Quem o ouve é informado, angelicamente, de que o Hamas é uma organização conhecida, reconhecida e admirada pelo seu “trabalho........
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