Estamos preparados?
Ao fim do dia de terça-feira a situação parece estar completamente controlada. Contudo, as últimas vinte e quatro horas mostraram à exaustão a dependência que temos da rede elétrica, das comunicações móveis e dos combustíveis. Nada de novo, mas é muito diferente falar de um problema ou sofrê-lo.
Não é demais salientar a importância dos pequenos rádios a pilhas. É sabido que os “kits de sobrevivência” incluem sempre um, porque os recetores de televisão que temos em casa facilmente ficam inoperativos, mas não será exagero pensar que a maioria dos portugueses nunca seguiu as indicações da proteção civil nacional ou europeia para ter sempre pronto um “kit” deste tipo em casa. Confesso já que apenas a simpatia de um vizinho me permitiu seguir toda a tarde de ontem e o princípio da noite, a ouvir as diferentes estações de rádio que estiveram sempre no ar. No dia vinte e oito vivemos momentos que lembraram os filmes de ficção científica onde alienígenas destroem as comunicações e pequenos grupos de humanos se juntam à volta de um pequeno “transístor”.
Os cidadãos estiveram muito bem. Se pensarmos na magnitude do problema e no silêncio das indicações. Nos milhares de pessoas à porta das estações de transporte ou do aeroporto, sem saber como chegar a casa ou onde estavam os filhos. Nos semáforos desligados. Nos telemóveis que ora funcionavam ora não. Nos passageiros que tiveram de dormir no chão. Na necessidade de comprar água ou........
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