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A guerra do clima

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28.02.2025

Michael Mann, investigador americano que se tornou famoso, e controverso, por afirmar em 1999 que a temperatura da Terra estava a subir com a forma de um stick de hóquei, publicou um livro a que chamou “A Nova Guerra do Clima”. Esta colocaria de um lado os convertidos e do outro os céticos climáticos, sendo a convicção sobre o papel dos gases de efeito de estufa no aquecimento global, a determinar o futuro. Nada de mais enganador. A verdadeira guerra do clima é aquela que se está agora a travar em todas as latitudes pelo controlo das matérias-primas necessárias à transição. Esta vai estender-se a toda a Terra, haverá perdedores e ganhadores, e as matérias-primas não chegam em tempo útil para tudo nem para todos.

O desenvolvimento de fontes renováveis de energia e a eliminação progressiva das energias fósseis é transversal a todas as sociedades e sistemas políticos. Xi Jinping, dirigente do país que é sempre visto como o pior exemplo no que ao clima diz respeito, disse num discurso proferido a 13 de junho de 2014: “… temos de revolucionar a tecnologia energética e melhorar a estrutura industrial conexa. Devemos incentivar a inovação na tecnologia, na indústria e nos modelos empresariais, e prosseguir um desenvolvimento energético verde e de baixo carbono, adaptado às nossas condições nacionais e adaptado às tendências internacionais positivas da revolução tecnológica energética”. Definiu 2060 como o objetivo para atingir a neutralidade carbónica prevendo o pico das emissões atingido em 2030.

Para conseguir alcançar estes objetivos, a China está hoje a construir mais capacidade de produção de eólica e fotovoltaica do que o resto do mundo. A produção destes tipos de energia renovável é já mais de quatro vezes superior à sua equivalente europeia. Todos os prazos estão a ser antecipados. Sendo ainda o maior emissor mundial de gases........

© Observador