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Uma política migratória com memória e humanidade

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12.07.2025

O Governo parece estar determinado em pôr ordem na casa com as alterações às leis da imigração e da nacionalidade, mas convém ter alguma prudência para evitar deitar o bebé fora com a água do banho.

Em primeiro lugar, é bom colocar ordem na casa porque o País há muito exigia soluções concretas e estruturais contra as políticas feitas de improviso e de facilitismo promovidas pelos sucessivos governos socialistas.

Em segundo lugar, também é bom porque retira espaço à narrativa inflamada do Chega, que insiste em explorar este tema de forma demagógica e até histriónica, chegando a entrar em contradição consigo próprio, já não se percebendo bem se a sua agenda neste tema reflete uma preocupação efectiva com o problema da imigração ou se apenas procura explorar oportunisticamente o impacto que este tema tem na preocupação das pessoas.

Vamos por partes. É injustificável que partidos que se dizem “patriotas” ignorem a História de Portugal a suposto benefício de uma dinâmica retórica populista que julgam ser mais rentável. Não é assim que se devia fazer política. E quem segue por estes caminhos, mais cedo ou mais tarde acabará por se arrepender. Creio que ainda se vai a tempo de virar a agulha e assumir a efectividade e a coerência, deixando de lado o verbo fácil. Até porque o verdadeiro sentimento nacional não se deve construir com base no medo, na exclusão ou na negação da nossa identidade histórica. Constrói-se com memória, com responsabilidade e com orgulho informado — não com slogans de ocasião.

Não nos........

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