Quem manda no país são os sindicatos
Diz-se, com propriedade bíblica, que antes da vinda do Senhor virá o Anticristo — figura sombria, sedutora, que nega o Pai e o Filho, vindo não apenas para os contrariar, mas para os substituir. A analogia é útil, quase providencial, para ilustrar o que sucede, ciclicamente, em Portugal quando um governo entra em gestão: surge o “anti-governo”. Não eleito, não escrutinado, mas amplamente audível, esse ente manifesta-se em plenários, conferências de imprensa, megafones e rodinhas de imprensa junto a passagens de nível. Mentira: ficam em casa. São os sindicatos — essa espécie de contra-poder permanente, que se manifesta sobretudo quando há uma oportunidade eleitoral.
Ao contrário do que se poderia esperar de uma democracia madura, os sindicatos não se colocam como parceiros sociais, mas antes como rivais institucionais do poder executivo. Quando o país entra em campanha, os sindicatos entram em greve. E se o........
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