E se a escola deixar de ser humana?
Foi numa sala modesta, na KTCT Higher Secondary School, no sul da Índia, que, em março do ano passado, uma professora chamada Íris entrou para a história: não por ser brilhante — embora o fosse — mas por ser feita de metal e algoritmos. Vestia um sari, falava com firmeza. Era um robô. Mas chamaram-lhe professora.
Íris ensina. Fala em três línguas. Move-se sobre rodas, responde a perguntas, ajusta conteúdos, reconhece padrões de atenção, interage com gestos simples. Tem memória infinita, paciência programada e um brilho mecânico nos olhos. Contudo, ao sabermos disto, talvez não seja o feito tecnológico que mais impressione, mas sim o aviso que encerra: estamos a assistir ao maior e mais rápido salto educativo da história.
Até há poucas décadas, o ensino superior era privilégio. Hoje, segundo a UNESCO, mais de 250 milhões de........
© Observador
