Nos últimos tempos, o debate em torno do reforço do orçamento para a Defesa e Segurança de Portugal, impulsionado em parte pelo plano “Rearmar a Europa”, tem sido marcado por vozes que o veem sobretudo como um fardo. Uma despesa que beneficiaria sobretudo outros países, não necessariamente aliados da Europa, à luz da nova ordem mundial que parece estar a formar-se. Quanto a mim, discordo. Uma defesa adequada é crucial e, através de uma política corretamente orientada, o investimento na defesa pode, de facto, ter valor e não ser apenas um custo irrecuperável.

O imperativo de segurança é um facto, com a Europa a enfrentar os desafios existenciais de uma ameaça militar direta e a necessidade de uma posição de defesa mais autossuficiente. Além disso, defender uma abordagem de “soma zero” para as escolhas relativas às despesas não tem em conta uma série de realidades tecnológicas, económicas e relacionadas com a defesa.

Por isso, mais uma vez, acredito que não devemos olhar para esta questão na perspetiva de um encargo financeiro, mas sim na ótica de uma oportunidade estratégica, enquadrada num contexto de clara necessidade. Diria que existe uma oportunidade para Portugal transformar um imperativo de segurança numa alavanca de desenvolvimento........

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