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MAGA no Médio Oriente

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21.06.2025

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, decidiu fazer uma jogada estratégica, simultaneamente doméstica e internacional. Apesar da sua reputação internacional estar em mínimos históricos devido à guerra em Gaza, o poder efectivo de Israel na região está hoje em máximos históricos. Volvidos quase dois anos desde os ataques de 7 de Outubro, os dois principais proxies do Irão na região – o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano – estão hoje mais fracos do que nunca do ponto de vista operacional. Parece claro que Netanyahu percepcionou este momento como uma oportunidade histórica. Caso o ataque ao Irão lhe corra bem, Netanyahu não só afirma o seu domínio regional, e atrasará ou acabará com os planos nucleares do regime iraniano, mas poderá também convocar novas eleições em Israel e mesmo vencê-las. Há uns meses tal estava longe de ser verdade. Para além da oposição doméstica que sempre teve, muitos israelitas eram de opinião que, após o fim da guerra em Gaza, seria necessário apurar responsabilidades sobre as falhas de defesa, de intelligence e do próprio Estado que não conseguiram evitar os ataques de 7 de Outubro.

No momento em que escrevo, não se sabe qual será a decisão da administração norte-americana sobre um envolvimento militar directo dos EUA neste conflito. Donald Trump está ainda a ponderar e já afirmou que “poderá ou não” juntar-se a Netanyahu. Claramente, a decisão está a ser difícil. Por um lado, Trump sente-se seduzido pela ideia de se juntar a Netanyahu e poder vir a ter uma grande vitória militar contra um regime inimigo. A pressão israelita e dos seus aliados para um envolvimento norte-americano será grande, uma vez que a ajuda militar norte-americana poderá ser essencial para uma vitória decisiva sobre o Irão. Por outro lado, Donald Trump sabe também o custo político de envolver os Estados........

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