“Não passarão”?! Ao que parece já passaram …
O resultado destas eleições afasta a ideia de bipartidarismo até agora vigente no sistema político e partidário português. Como disse Salgueiro Maia, existem “os estados socialistas, os estados capitalistas e o estado a que chegamos”, e o estado atual exige reflexão séria, não um alarmismo fácil. Em vez de se multiplicarem os textos nas redes sociais a denunciar o perigo do “fascismo”, seria mais útil compreender o porquê do CHEGA ter ganho tanta força, em larga medida em prejuízo do Partido Socialista.
Antes de mais, importa fazer uma menção honrosa a comentadores como Paulo Baldaia, Ana Gomes, Miguel Prata Roque, e todos os demais que, durante longos anos, utilizaram os meios de comunicação como palco de partilha das suas narrativas facciosas. Tentaram sempre branquear a esquerda e os seus extremismos, desde logo durante a governação de António Costa, tendo acabado por criar o tal “bicho papão” que hoje tanto repudiam, alimentado pelo descontentamento daqueles que assistiram a uma total normalização da extrema esquerda em Portugal. Assim, esta está longe de ser uma derrota exclusiva dos partidos à esquerda, é a queda a........
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