Nova York, 2 de Junho – Dia D ou Dia H (de Hamas)?
Quem ouça as notícias fica a pensar que um Estado Palestiniano é um sonho palestiniano negado por Israel. Há um conceito filosófico que fala da transferência de um desejo que se tem para outra pessoa ou entidade. Atribui-se pois esse desejo a outros quando somos nós a tê-lo e apenas não o assumimos.
Na verdade há cada vez mais políticos a exigir um Estado para um povo que já rejeitou, vezes sem conta, essa possibilidade.
Acima de tudo o que os árabes não querem é o Estado de Israel. “From the river to the sea” tem em si um claro desejo de apagar o chão de Israel.
Mas façamos um breve resumo de momentos históricos em que a criação de um Estado Palestiniano foi rejeitado pelos próprios pois não querem a parte, querem tudo. Já os judeus quereriam o tudo ancestral mas contentaram se com a parte.
No fim da I Guerra Mundial caiu o Império Otomano e a Liga das Nações entregou à administração inglesa o território conhecido como Mandato Britânico que seria para dividir pela população judaica e árabe.
Os ingleses entregaram rapidamente 90% do território do Mandato ao emir hashemita Abdullah (em 1921) criando a Transjordânia e exigindo à Liga das Nações que apenas a exígua parte restante, a situada a oeste do rio Jordão, seria divisível por árabes e judeus.
Depois da II Guerra o Plano de Partilha da ONU (Resolução 181-1947) propôs dois Estados – um judeu e um árabe –, com Jerusalém internacionalizada. O plano foi aceite pelos judeus e rejeitado pelos países árabes e pelos líderes palestinianos.
Foi neste quadro que Israel proclamou a sua independência a 14 de Maio de 1948, sendo invadido logo no dia seguinte por todos os Estados árabes vizinhos. Israel vence essa guerra e dela resulta a tragédia ou Nakba para os árabes, pois não conseguiram empurrar os judeus para o mar… Depois da guerra expulsam os judeus dos seus países, enviando-os para Israel, que tem assim de acomodar milhares de refugiados chegados........
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