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A república dos doutores 

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1.Assiste-se em todos os países ocidentais a um fenómeno persistente. Tem a ver com o papel dos intelectuais saídos predominantemente dos cursos de ciências sociais. Estas são um extraordinário instrumento para a compreensão das coisas mas não é esta evidência que vou aqui comentar. Apenas lamento a orientação que maioritariamente é hoje dada no nosso país aos estudos de ciências sociais e que transforma os alunos em activistas políticos em vez de em profissionais e estudiosos.

Nos nossos dias os intelectuais saídos daqueles cursos aprenderam a pensar a sociedade de acordo com o modelo de engenharia social que lhes ensinaram. As excepções são raras e mal vistas. É preciso, portanto, reconstruir tudo.

Toca, portanto, a destruir a desconstruir a hierarquia e a diversidade sexual, a satirizar a família tradicional, a execrar a religião e a iniciativa individual, a odiar a prosperidade e a denunciar o «privilégio» do homem branco. Em toda a parte topam aqueles jovens licenciados poderes horrorosos a requererem «desconstrução».

Quando chegam ao mercado de trabalho têm de adoptar uma estratégia. É esta: logo se afadigam a descortinar «problemas» em toda a parte de modo a justificaram a sua empregabilidade ou seja, os empregos «da treta» para que os habilitaram. Quanto mais críticos do funcionamento da sociedade forem, mais empregos arranjam porque mais despesas justificam. Quanto mais criticarem a sociedade mais se autojustificam aos olhos dos seus potenciais empregadores. Vai daí, é preciso convencê-los que está tudo mal e que precisam lá é deles.

Para as profissões liberais não têm aptidões. De modo que dependem do sector público e das secções de recursos humanos das empresas privadas que lhes........

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