ZERO ecologia, muita ideologia: a máscara finalmente caiu
A ZERO, desde que existe, tem merecido amplo palco noticioso e espaço de comentário e é tratada sempre pelos media como um bastião de racionalidade ecológica, como um pilar de conhecimento ambiental, como um poço de sabedoria técnica, factual, objetiva e centrada em dados comprováveis. Pois bem, a ZERO – num admirável gesto de transparência e de frontalidade – saiu finalmente do armário e assumiu-se, pondo a nu o seu anticapitalismo travestido de ambientalismo. Refiro-me ao comunicado que pode ser encontrado aqui, no qual fica evidente que o que preocupa a ZERO são “os lucros privados”, que estão a ser “subsidiados com prejuízos públicos”, e as “grandes explorações agroindustriais”. Nada disto é ambientalismo, tudo isto é anticapitalismo. A ZERO não faz qualquer crítica técnica fundamentada, mas denuncia “lucros privados indevidos”, de “grandes grupos” a “aproveitarem-se” da água pública, como se o problema não fosse a gestão sustentável da água, mas sim a existência de capital privado no setor agrícola.
Este tipo de retórica, ao invés de construir........
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