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O disco riscado do protecionismo económico

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18.03.2025

À medida que as manchetes se multiplicam com alarmismo em relação às tarifas e guerras comerciais por parte de Washington, uma curiosa amnésia instala-se nos círculos políticos norte-americanos e europeus. O tom dos espaços de comentário sugere que estamos a entrar em território desconhecido, como se o protecionismo económico fosse uma novidade no continente norte-americano. No entanto, esta nova crise requer ser encarada com algo mais valioso do que pânico: perspectiva.

Desde 1840, tanto os Estados Unidos como o Canadá testemunharam vários ciclos de nacionalismo económico, todos marcados por padrões recorrentes. Compreender essas dinâmicas não é um mero exercício académico – é uma necessidade estratégica para evitar reações impulsivas num momento fortemente emotivo.

A frase – traduzida livremente do inglês – “Deêm-nos um tarifa protecionista e teremos a maior nação da Terra”, poderia ter sido proferida por Donald Trump, mas é, na verdade, atribuída a Abraham Lincoln, enquanto congressista em 1847. Três décadas mais tarde, em 1878 no Canadá, Sir John A. MacDonald, Primeiro Ministro do país, viria a subscrever a mesma lógica, ao instituir a National Policy, cuja medida principal consistia numa tarifa protecionista. Avançando mais três décadas até à eleição canadiana de 1911, encontramos outro paralelo ilustrativo: o líder conservador Robert Borden conquistou o poder com uma campanha em defesa das tarifas protecionistas,........

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