menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

Inclusão cientificamente exclusiva

11 1
23.02.2025

No ensino básico e secundário, uma disciplina isolada que englobe conteúdos ideológicos é, na melhor das hipóteses, um gesto inócuo, que agrada a uns e irrita outros. A menos que os encarregados de educação se empenhem bastante, dificilmente tal disciplina se tornará um entrave real à formação dos alunos. No ensino superior, porém, a história é outra. Quando ideologias se entrelaçam com a estrutura académica, deixam de ser uma nota de rodapé pedagógica e passam a impor limites ao próprio progresso científico. Este fenómeno, que foi levado ao extremo na América do Norte, apresenta finalmente sinais de reversão.

Após a ordem executiva de Donald Trump para pôr termo a todas as atividades relacionadas com Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), várias agências governamentais iniciaram uma revisão das suas práticas. No ensino superior, em particular, a medida obrigou as universidades a reavaliarem anos de burocracia, despesas avultadas e programas cujo impacto na redução das desigualdades estruturais foi, na melhor das hipóteses, negligenciável. O seu efeito mais palpável, contudo, foi a criação de obstáculos ao progresso científico e académico.

O impacto da ordem executiva não passou despercebido às agências federais norte-americanas de financiamento científico, que

© Observador