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O Biotech Act, a reinvenção industrial da Europa, e Portugal

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21.07.2025

Alguns documentos passam sem rasto. Outros, mesmo antes de aprovados, já moldam discursos. O futuro Ato Europeu de Biotecnologia – o Biotech Act – é destes. Um esboço legislativo ainda em debate, que está já a redesenhar expectativas, investimentos e jogos de poder. Porque não se trata apenas de ciência ou indústria. Trata-se de soberania. E, como em todas as decisões estruturais da União, a pergunta-chave não é “o que vai ser feito?”, mas “quem vai estar lá para fazer parte?”.

O diagnóstico amadureceu nos últimos anos: apesar da sua ciência e patentes, a Europa perdeu tração face a outros blocos. No seu relatório sobre competitividade, Mario Draghi foi claro: enquanto EUA e China criavam ecossistemas fortes para a biotecnologia, a Europa fragmentava-se em regulações díspares, processos lentos e investimento tímido.

A urgência é clara: em 2021, os EUA detinham ~60% do mercado global de biotecnologia. A UE apenas ~12%, com a China próxima (~11%). Em I&D, a Europa empregava ~75 mil pessoas em 2011, face a ~275 mil nos EUA. E a sua quota no investimento global em P&D farmacêutica caiu 25% em duas décadas.

Ursula von der Leyen reagiu: confiou ao novo Comissário da Saúde, Olivér Várhelyi, a missão de preparar um plano para tornar a........

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