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Quando a sirene tocar e ninguém responder

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19.08.2025

Há profissões que não se escolhem por estatuto ou pelo ordenado ao fim do mês, mas por convicção, por sentido de dever, por aquilo a que, talvez de forma ingénua mas nobre, ainda se chama vocação. Ser bombeiro é enfrentar o que todos evitam, entrar onde todos fogem, carregar nas costas não apenas o peso do equipamento, mas também a vida de quem se tenta salvar. E, no entanto, em Portugal, esta vocação está a desaparecer. Entre 1998 e 2022, o país perdeu mais de 9.500 bombeiros. O número de voluntários caiu a pique e, embora o contingente profissional tenha crescido, o saldo final é negativo. Este ano, os concursos públicos abriram vagas para pouco mais de uma centena de bombeiros sapadores, um reforço tímido incapaz de inverter a tendência de perda. O retrato é simples e cruel: menos recrutamento, menos disponibilidade, menos gente disposta a dizer “sim” quando a sirene........

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