Thatcher não volta
Celebramos os 100 anos do nascimento de Margaret Thatcher. Não sou um fã incondicional de Thatcher. Tal como não me parece que sempre que Bruxelas emite um novo decreto é como se regressássemos a 1939, também não estou no grupo daqueles que sonham com o regresso de Thatcher sempre que o governo aumenta os impostos. A nostalgia tem uma dimensão poética que não é desprezível, mas encerra em si o perigo de nos prender no passado. Parafraseando Romano Guardini, este é o tempo que nos calhou viver e, portanto, nem tudo é um regresso a 1939, nem aos anos 80…
Dito isto, há algo no tempo presente que nos faz recordar Thatcher e sentir uma certa nostalgia. Olhando para o Reino Unido, eis alguns dados: nunca a carga fiscal foi tão elevada, nunca a despesa do Estado em tempos de paz foi tão elevada, nunca houve tantos funcionários públicos a fazerem tão pouco (pouco mais de 2 dias por semana é quanto tempo passam, em média, no escritório), nunca as despesas com benefícios sociais foram tão elevadas e nunca tantos britânicos em idade para trabalhar ficaram em casa anos a fio sem nada fazerem. São cerca de 9 milhões os britânicos que deveriam estar a trabalhar, mas que nada fazem…
No tempo de Thatcher não era assim. Nem no tempo de Thatcher, nem no de tantos outros. Houve um tempo, não há muito tempo, em que nem a esquerda nem a direita acreditavam que ficar em casa sem trabalhar fizesse sentido. Houve um tempo, não há muito tempo, em que esquerda e direita concordavam nalguns valores básicos. Valores esses que permitiam alguma coesão. Contudo, o tempo que nos calhou viver, o presente, parece repleto de ideias, atitudes, opiniões, propostas, que não raras vezes seriam consideradas perfeitamente idiotas há não mais de 20 anos. Mas muito do que no passado era inimaginável, está hoje normalizado. Num espaço de tempo em muito inferior a uma geração, o mundo das ideias sofreu uma alteração que torna, por vezes, o mundo em que vivemos irreconhecível.
Penso que todos (pelo menos à direita) estamos de acordo nesta análise. Por isso, a questão que importa colocar, sem saudosismos, é: o que fazer? Voltar atrás não é uma opção realista. E não é realista porque remete para um mundo imaginário, o qual está repleto de noções em torno do que é bom (do que deve ser), as quais não têm aparente correspondência com a realidade do presente que nos cabe viver. E que presente é este? Um presente em que determinadas........





















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