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Virtude e preconceito

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monday

O espaço público noticioso e as redes sociais estão já tremendamente ocupados por temas sociais, nomeadamente os relacionados com questões raciais, de igualdade de género, de orientação sexual, entre outros – os temas que muitas vezes são referidos como os constantes da agenda woke.

Qualquer um dos temas elencados é de meridiana elementaridade para qualquer pessoa moderada, democrática e com o mínimo sentido de liberdade individual – numa sociedade que se considera livre deve haver respeito pelas etnias minoritárias, igualdade entre homens e mulheres, e nenhuma discriminação em razão de orientações sexuais. No entanto, a esquerda e a extrema-esquerda têm invariavelmente manipulado estes temas para servir propósitos políticos de fação, tão comummente assumindo a atitude de que apenas eles pugnam pela igualdade, eles e mais ninguém.

Há dois pontos importantes que a esquerda ainda não aprendeu: (1) os temas acima referidos não são seus exclusivos, e (2) os temas acima referidos não são os únicos, nem os mais relevantes para a governação do país.

Mas, na luta imparável contra o preconceito, na guerra sem quartel à discriminação, na missão inalienável de defender a igualdade, há um paradoxo em que a esquerda pateticamente incorre. É que, porquanto os partidos de esquerda são os primeiros soldados na linha da frente do combate ao preconceito, são também os primeiros a gerar outros tantos tipos de preconceito que melhor servem – acham eles – a sua agenda política “progressista” (com muitas aspas).

Veja-se o combate à entrada dos estrangeiros ricos, os que têm chegado a Portugal através de mecanismos como, por exemplo, o regime do Residente Não Habitual (RNH) – aliás, foi por demais inaudita a indignação com a selfie de Paulo Núncio com Max Verstappen na Comporta. O principal argumento é o de........

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