A regeneração do Partido Socialista
A novidade foi a dimensão, não o mau resultado, era óbvio para a esmagadora maioria dos portugueses que Pedro Nuno Santos (PNS) e o pessoal político de que se rodeou só podiam levar o PS ao desastre.
Mas PNS não é único culpado, muito longe disso, ao longo da sua curta presidência vi muito poucos socialistas demarcarem-se das suas posições e das do PS e senti-me uma voz quase solitária na crítica às orientações da direção, tendo alguns chegado ao ponto de me interrogarem se ainda continuava militante, perante posts que fui publicando como única forma de intervenção para além das que fiz na minha estrutura local, quando as minhas obrigações profissionais não me impediram de estar presente.
É verdade que um militante é pouco mais do que uma insignificância, desde que pague as quotas e siga a “linha justa” é acarinhado, se mostrar sentido crítico e levantar a voz perante a onda maioritária é votado ao ostracismo. Se mostrar vontade de participar numa estrutura onde aterrou de novo é pouco mais do que um alvo a abater e sempre um intrometido a querer tirar o lugar a algum “apparatchik” alapado a qualquer sinecura política.
Levo muitos anos de militância, já coordenei estruturas locais, desempenhei várias funções partidárias, sei do que falo e conheço muitos dos que estão sempre na primeira linha, com todos os líderes, com todas as........
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