O Bloco está a morrer? Paz à sua alma
O Bloco de Esquerda nasceu há pouco mais de 25 anos e corre o risco de definhar inexoravelmente ou mesmo de desaparecer. Porque o problema do Bloco está longe de ser Mariana Mortágua, mesmo se a actual líder simboliza bem não só os pecados como as falácias de que se alimentou anos a fio este verdadeiro OPMI — Objecto Político Mal Identificado.
Num primeiro momento o Bloco, quando juntou o trotskista Francisco Louçã, o maoista Luís Fazenda e o ex-comunista Miguel Portas, parecia corresponder a um primeiro passo para unir umas esquerdas eternamente desavindas – e esquerdas que iam de eleição em eleição como quem caminha de frustração em frustração. Em tempos longínquos, a UDP de Fazenda conseguira eleger deputados (nunca mais de um de cada vez), mas o PSR de Louçã nem com campanhas porta-a-porta em Dona Maria, a pequena aldeia sem água que lhe teria podido dar a eleição, logrou chegar ao Parlamento. E quanto à Política XXI, ainda era pouco mais do que uma associação de dissidentes do PCP e mais alguns compagnons de route.
Quem quer que conhecesse a história das inúmeras declinações das extremas-esquerdas comunistas, e das suas insuperáveis e rancorosas divergências, mais depressa via nessa unidade um esforço para salvar do abismo um espaço político gravemente ferido pelo colapso, no final desse século de extremos, da ilusão soviética. E quem quer que tivesse reparado na contradição de um partido que integrava dissidentes “de direita” do PCP fazer questão de sentar os seus primeiros deputados à esquerda do PCP, teria porventura visto pouco futuro político no Bloco.
Enganar-se-ia. A política faz-se muito dos partidos e das suas circunstâncias, e o Bloco acabou por surgir no momento ideal para depressa ganhar alguma projecção. Primeiro, porque um PS ainda liderado pelo católico António Guterres lhe entregou de bandeja os “temas fracturantes”, o que lhe permitiu chegar a um eleitorado mais sensível a “causas” num tempo de recuo das ideologias. Depois, porque não tardaria a ter de se falar de austeridade, de pântano ou de “país de tanga”, o que associado a uma........





















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