Um apelo ao Governo: Saúde em todas as políticas - Parte 2
Portugal, a Europa e o mundo enfrentam grandes desafios: desde a saúde à habitação, dos conflitos armados às alterações climáticas, da desinformação aos ataques à democracia, das desigualdades sociais à transformação trazida pela inteligência artificial. Todos estes problemas impactam de alguma forma o nosso bem-estar físico, mental e social. Ora se o nosso bem-estar é influenciado por fatores como as condições ambientais, a qualidade laboral, o nível de educação, as condições de habitação, a mobilidade e o estatuto sócio-económico, não fará sentido pensar na saúde como a base do desenho de políticas públicas?
Foi a pensar na Saúde em todas as Políticas que nasceu este artigo, uma iniciativa multidisciplinar onde se juntam as propostas de 10 jovens Global Shapers de diferentes áreas e sectores.
Sara Oom, Impacto Social e Comunitário
A saúde da sociedade começa na forma como vivemos, nos espaços que habitamos, nas relações que cultivamos. Trabalhar pela dignidade habitacional é trabalhar pela saúde pública: garantir que cada pessoa tem acesso a uma casa segura, com condições mínimas de conforto e higiene e estabilidade emocional, é uma forma direta de prevenir doenças, combater o isolamento e promover o bem-estar. A reabilitação de uma casa é, muitas vezes, a reabilitação da autoestima, da motivação e da capacidade de voltar a participar ativamente na vida comunitária.
Proposta: Se a reabilitação habitacional contribui para a própria reabilitação pessoal, o investimento em políticas que articulem habitação, saúde mental e coesão social, poderão ser chave na abordagem de situações sócio-económicas de elevada carência e fragilidade. Efetivamente, é essencial que o investimento público em habitação vá além da construção ou recuperação física e inclua um programa integrado de reabilitação com participação ativa dos beneficiários, com acompanhamento psicossocial, capacitação dos moradores e criação de redes de proximidade........
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